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♪ Um comunicado postado pela empresária e produtora Memeca Moschkovich na noite de sábado, 16 de janeiro, entristeceu admiradores e seguidores do grupo carioca Boca Livre.
A nota oficial anuncia que os cantores e músicos Zé Renato e Lourenço Baeta deixam o quarteto agrupado em 1978 e que, por quatro décadas, construiu obra pautada pela harmonia vocal e pela sofisticação da MPB. Maurício Maestro, detentor da marca Boca Livre, seguirá com o grupo ao lado de Davi Tygel.
Embora o comunicado oficial omita a razão das saídas dos dois integrantes, sabe-se que o racha no quarteto aconteceu por divergências políticas. Em bom português, a polarização que divide o Brasil tem provocado rupturas no meio artístico e atinge grupo que fez história na música brasileira.
Formado originalmente por Zé Renato, Claudio Nucci, Mauricio Maestro e David Tygel, o Boca Livre alcançou projeção nacional em 1979 com a edição de álbum independente que, desafiando as leis do mercado fonográfico, emplacou em todo o Brasil as músicas Toada (Na direção do dia) (Zé Renato, Claudio Nucci e Juca Filho, 1978) e Quem tem a viola (Zé Renato, Claudio Nucci, Juca Filho e Xico Chaves, 1979).
Como Claudio Nucci saiu do grupo em 1980, sendo substituído por Lourenço Baeta, o Boca Livre acabou associado primordialmente ao canto afinado de Zé Renato.
Mesmo fora do olho do furacão midiático a partir da segunda metade dos anos 1980, o quarteto seguiu com público fiel e com álbuns aclamados em nichos da música brasileira, como Amizade (2013) e o recente Viola de bem querer (2019).
Embora em tese o grupo vá continuar em cena, é difícil imaginar o Boca Livre sem Zé Renato.