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O saque extraordinário de até R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) começa na quarta-feira (20). A liberação ocorre de acordo com a data de aniversário do contribuinte e o valor poderá ser sacado até 15 de dezembro deste ano (veja calendário abaixo).
O governo estima que cerca de R$ 30 bilhões serão liberados para aproximadamente 42 milhões de trabalhadores. De acordo com dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), a capital tinha, até março, 547 mil trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Qualquer pessoa que tiver conta vinculada do FGTS, ativa ou inativa, poderá sacar.
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam em que situação o saque do FGTSvale a pena. Para Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão Financeira da FGV, a retirada do dinheiro deve ocorrer apenas em casos em que há falta de renda.
“O FGTS foi criado para quando o trabalhador precisar [dos valores] por estar desempregado ou quando aposentar, para garantir um período de mais conforto. Não deveria sacar a não ser que fosse em uma situação de desemprego”, afirma Teixeira.
Cartela FGTS — Foto: Reprodução/Globo
No entanto, diante das dificuldades econômicas enfrentadas por muitos brasileiros atualmente, o especialista aponta que o saque é vantajoso quando o objetivo for quitar uma dívida. “Sempre priorizando aquela que tem a taxa de juros mais elevada”, completa.
O mestre em Economia Ciro de Avelar também entende que, por causa do cenário atual, sacar o valor pode ser a melhor opção em algumas situações.
“Nesse sentido, tem que romper a visão romântica do saldo do FGTS. Melhor usar esses R$ 1 mil para subsistência da família ou para pagar uma conta do que deixar o recurso que é dele [na conta], em um cenário de inflação elevada”, afirma Avelar.
Porém, é preciso cautela. Os especialistas alertam que o resgate não é vantajoso caso o destino dos valores seja com gastos supérfluo ou compras que tragam novas dívidas.
Para não cair no erro, planejamento é fundamental, explica Ciro de Avelar. O economista aponta que é importante considerar os gastos ao longo dos 12 meses e entender quanto da renda será comprometida para honrar os compromissos.
Notas, moeda, Real, dinheiro, notas de dinheiro — Foto: Reprodução/Pixabay
Ricardo Teixeira acredita que o dinheiro depositado na conta do FGTS é uma reserva e está em lugar seguro. Por isso, aconselha que, se o contribuinte não estiver precisando, não realize o saque.
O resgate é facultativo. Caso o trabalhador não tenha interesse, pode indicar que não deseja receber o saque extraordinário. Nesse caso, é necessário acessar o aplicativo FGTS ou se dirigir a uma das agências do banco para informar que não quer receber o crédito.
No entanto, há a possibilidade de sacar o valor para realizar outros investimentos, que rendem mais. O economista Ciro de Avelar explica que, atualmente, o FGTS rende aproximadamente 3% mais a taxa referencial (TR), o que soma cerca de 5%. O índice é menor que o da inflação, que atingiu 11,3% em 12 meses.
Apesar de render mais que na conta do fundo de garantia, a caderneta de poupança também não é uma boa opção, alerta o mestre em Economia. Atualmente, a poupança rende cerca de 6% mais a TR.
Segundo Avelar, entre os investimentos que valem a pena se o valor do saque do FGTS estiver disponível, estão:
Desde o dia 8 de abril, os trabalhadores podem consultar se têm direito ao saque extraordinário. As consultas podem ser feitas pelo site da Caixa, pelo aplicativo FGTS e nas agências da Caixa Econômica Federal (CEF).
Na consulta pelo site, é preciso informar o NIS (PIS/Pasep) e usar uma senha cadastrada pelo próprio trabalhador. É possível usar ainda a Senha Cidadão. A página oferece a opção de recuperar a senha, mas também é preciso informar o NIS.
Para conferir o PIS, é possível consultar a Carteira de Trabalho, os extratos do FGTS, o Cartão Cidadão ou ir até qualquer agência da Caixa.
O cronograma dos saques extraordinários prevê a liberação do valor entre os dias 20 de abril e 15 de junho. Todos os contribuintes poderão sacar até dezembro. Confira as datas:
Saque extraordinário do FGTS — Foto: Economia g1