Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
“Se alguém me dissesse que aos 19 anos eu teria uma música #1 no mundo, eu entenderia como o universo me dizendo que estou pronto para isso antes do que esperava”.
A frase pouco modesta é do rapper 24kGoldn que emplacou “Mood”, musica sobre deixar mau humor de lado e viver de um jeito mais leve. Ela chegou ao topo das paradas da Billboard e do Spotify. Só na revista americana foram oito semanas não-consecutivas no #1 desde outubro de 2020. Isso faz com que a música seja a mais tocada nos Estados Unidos nos últimos seis meses.
A parceria do americano de 20 anos com Iann Dior, outro jovem artista promissor nascido em Porto Rico, foi escrita e gravada na mesma tarde em que se encontraram para jogar “Call of Duty”, game de guerra, tiro e ação, no começo da pandemia.
A música ganhou uma versão com J Balvin e Justin Bieber. Serviu para projetar Golden Landis Von Jones, nome real do cantor, para além do “emo trap”, que junta o rock emotivo comum nos anos 90 e 2000 e o rap arrastado e grave sucesso dos anos 2020.
Mas 24kGold não está muito preocupado com rótulos. Depois do primeiro EP, “Droppa Outta College”, com faixas em que passeavam pelo trap, pop e rock, ele se prepara para lançar o disco de estreia “El Dorado”. Ele diz:
“Se no meu primeiro EP, eu fui descobrindo todos os tipos de gêneros que poderia fazer bem, em ‘El Dourado’ combino tudo isso de um jeito ‘unicamente Golden’, sabe?”, continua.
“Mood”, “Coco”, parceria com o rapper DaBaby, e a recém-lançada “321” formam o trio de músicas que faz o esquenta para o primeiro álbum. Ele só sai no dia 26 de março.
Parceiros em ‘Mood’, 24kGoldn e Iann Dior fazem performance em Los Angeles, Estados Unidos, em dezembro de 2020 — Foto: Alberto E. Rodriguez/Getty Images North America/Getty Images via AFP
Para o rapper, a música com Dior é a música emo mais feliz que as pessoas vão ouvir. “Sem ler a letra, você só vai dançar, mexer os ombros e curtir o tempo todo”.
Antes de “Mood”, 24kGoldn já tinha emplacado outro hit na principal parada da Billboard, “Valentino”, em fevereiro de 2019. Ambas viralizaram no Tik Tok, aplicativo que o rapper já usava antes de seguir profissionalmente na música.
“Não estaria lá se não gostasse de fazer aqueles vídeos. Me lembra quando tinha 11, 12 anos na escola fazendo vídeos idiotas com meus amigos no Vine na hora do almoço.”
“Fora isso, agora tenho um propósito e descobri o jeito de fazer os vídeos certos para bombar as minhas músicas.”
No auge do sucesso, o rapper de São Francisco não sabe o que é um dia normal mais. Vive entre sessões de fotos, clipes, gravações e encaixa encontros com os amigos de vez em quando.
Ele chegou a entrar na faculdade de Business na Universidade do Sul da Califórnia, mas largou quando as coisas na música começaram a acontecer dois anos atrás. A decisão, inclusive, rendeu uma música e nome do primeiro EP.
Além de Bieber e Balvin, Anitta com Cardi B (remix de “Me Gusta”) e Clean Bandit com Mabel (“Tick Tock”) estão entre as parcerias já lançadas.
Rapper 24kGoldn — Foto: Divulgação
Cheio de ambições, 24kGoldn não está focado só na música. Ele pensa em fazer projetos na TV e no cinema e já lançou sua própria linha de tênis.
“Meu sonho é causar um longo, positivo e significativo impacto no mundo. Quero atuar, quero minha própria linha de roupas, minha própria linha de skincare, quero ter filhos, formar uma família, mas isso tudo está embaixo de um guarda-chuva chamado impacto.”
Rapper 24kGoldn — Foto: Divulgação
“Nossa, eu fiquei louco. Cheguei em casa e comecei a pesquisar todos os tipos de tênis. Dali em diante, virei um grande fã. Só que depois, comecei a pensar que não dá para ter só o tênis, você tem que ter todo o ‘outfit'”, afirma. Ele está esperando o “momento certo” para investir mais no seguimento.
24kGoldn tem as suas falas superlativas, como “Sinto que este é o lugar em que eu devo estar” ou “Trabalhei tanto a minha vida inteira, tentando fazer minha música ser ouvida”. E isso é só aos 20 anos. Mas nem tudo é deslumbre com o sucesso.
Ele fala com seriedade quando o assunto é a morte de astros do rap e trap tão jovens como ele, como Lil Peep, XXTentacion, Juice Wrld e Mac Miller.
“Parece que isso está acontecendo tanto ultimamente que você fica um pouco anestesiado”, diz.
“Quando era mais novo, me lembro de ouvir falar de X, Juice, Peep, Mac Miller e aquilo definitivamente me afetou e me fez pensar que estamos em uma posição muito precária”.
Ele também se mostra consciente com o que é postado nas redes sociais: “Tenho claro na cabeça que o que posto tem o poder de impactar e mudar a vida das pessoas, então não vou falar de algo que pessoalmente não faria”.