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O “Big Brother Brasil” nunca foi tão musical. A 21ª edição do reality começou com cinco cantores entre os participantes. E todos já conhecidos.
O podcast G1 Ouviu os principais momentos da carreira musical de Projota, Fiuk, Karol Conká, Pocah e Rodolffo antes de entrarem no reality. Ouça acima e leia mais abaixo.
Projota é o codinome de José Tiago Sabino Pereira, rapper paulistano de 34 anos. Ele já lançou quatro álbuns e vários singles, incluindo um recente com a Maria Rita, “Vale das sombras”.
Ele mantém em paralelo carreira como ator, incluindo as séries “Carcereiros” e “Ninguém tá olhando” e o filme “Sequestre Relâmpago”.
Uma boa definição vem próprio rapper, que resume os dois lados dele: “meio Mano Brown, meio Djavan”.
Ele tem músicas mais combativas, falando de violência, racismo e desigualdade, e também tem um lado romântico, com um rap mais meloso e mais radiofônico.
Ele já disse ao G1 que o rap cresceu porque ele e outros passaram a diversificar mais os temas das letras.
Mas esse estilo de versos românticos e com metáforas meio exageradas não é uma unanimidade. O G1 já falou sobre a “projotização” do pop brasileiro.
Na nova MPB, existem cada vez mais versos com sacadas românticas. E quando se exagera nesse recurso, a letra fica parecendo uma lista de referências. Quem está cantando parece que só quer mostrar conteúdo, erudição.
Marcelo Adnet, sempre antenado, fez uma paródia do Projota no programa “Tá no ar: A TV na TV”, em 2019, o Prolixo.
O Projota levou a zoeira com bom humor. Em entrevista ao Gshow, ele deu risada e falou que se cantasse essa versão os fãs matariam ele.
Em 2012 foi lançada “Não Falem!”, faixa que tinha dois futuros BBBs: Projota e Karol Conká. Ela era uma nova rapper de Curitiba, que nem tinha disco ainda, mas em 2011 foi indicada a aposta no VMB.
O álbum da Karol só viria em 2013. Ele se chama “Batuk Freak” e tem todos os elementos para explicar o trabalho dela. É um rap desencanado e sem distinção entre o engajado e o festivo.
E o disco já mostrava com a Karol é antenada. O produtor era o Vinícius Nave, o Nave Beats. Ele também é do Sul, de Santa Catarina e cresceu na cena do rap brasileiro junto com a Karol.
Os dois garimpavam sons juntos e criaram esse universo moderno dela. O disco tinha referência de house, de dubstep, de funk e de afrobeat.
O “Batuk Freak”, lançado no site da revista “Vice”, fez muito barulho no circuito alternativo, principalmente de São Paulo.
Mas foi depois disso que a Karol ganhou um público maior. Em 2014 ela fechou contrato com o selo Skol Music, onde também estava a dupla de produtores Tropkillaz.
Foi do encontro da Karol com o Tropkillaz e dos singles que ela lançou com produção deles entre 2015 e 2017 que ela virou popular de verdade. É dessa era o grande hit da Karol Conká, “Tombei”.
Foi essa Karol Conká que ficou conhecida do Brasil: afrontosa, que faz música animada e exaltando o poder feminino. Ela não tem pudor de enfrentar os homens e falar de sexo oral, por exemplo, em “Lalá”.
No dia 14 de agosto de 2012 o G1 publicou uma reportagem que apresentava a jovem Viviane Queiroz. Ela tinha 17 anos e cursava o 1º ano do Ensino Médio em Duque de Caxias (RJ). A MC Pocahontas, legítima “novinha” na cena do Rio, cantava letras sensuais.
A reportagem seguia: “Mas teve maior sucesso com atitude improvável no funk carioca: seguir uma tendência de São Paulo. Ela chamou o paulista Kondzilla para gravar o clipe de ‘Mulher do poder’ – ‘é pelo YouTube que os contratantes nos conhecem’, ela justifica. ‘Aqui no Rio, o funk é mais da ‘ousadia’. Mais duplo sentido, pouca letra e mais dança. Mas o que está batendo agora é ostentação.”
A Pocah ainda era MC Pocahontas, estava no Ensino Médio, mas era mais esperta do que a galera do funk do Rio na época. Assim ela foi revelada como uma rara mulher carioca no meio do funk ostentação paulista.
Só que o funk evoluiu, teve outras fases e cresceu ainda mais. Assim como a Pocah. Em “Perdendo a linha”, de 2015, ela caiu no funk rasteirinha, um batidão mais lento e que bombava na época. Foi outra onda que ela conseguiu captar bem.
Mas a música mais ouvida dela é de 2018, com a MC Mirella, e se chama “Quer mais”. Nessa época a onda já era o Funk 150. Outro funk acelerado e marcante dela foi “Não sou obrigada”, já quando ela tinha trocado o nome de Pocahontas para Pocah, para evitar problemas com a Disney.
Em 2019 antes da troca de nome, o G1 publicou outra reportagem mostrando que não é fácil resumir a cantora: “MC Pocahontas: a funkeira, mãe, evangélica e fã de Lana del Rey que espalha funk pelo mundo”.
Fiuk surgiu como vocalista da banda Hori, da música “Linda tão linda”, em 2010. Foi a mesma época em que ele era galã da novelinha “Malhação”.
Vale lembrar: Fiuk é filho do Fábio Jr e irmão da Cleo Pires, mas não é filho da Gloria Pires.
Ele tem dois álbuns lançados na carreira solo e atuou em novelas como “Geração Brasil” e “A força do querer”.
No começo da carreira solo, em 2011, Fiuk falou com o G1 em uma entrevista em um hotel em São Paulo. Ele já tinha esse jeitão de adolescente desleixado, meio romântico e emo. Mas aos 20 anos, era ainda mais desligado.
Ao ser questionado sobre o que gostava de fazer no tempo livre, disse que curtia ver filmes, mas não conseguiu citar o título de nenhum.
Fiuk ainda se autodefiniu assim: “Eu sou punk, cara. Eu sou um pouquinho quarta-feira.”
Mas o som do Fiuk não tem nada de punk. A faixa-título do primeiro álbum, “Sou eu”, foi feita pela dupla pagodeira Thiaguinho e Rodriguinho. Ele também já gravou uma parceria com o Jorge Ben, cheia de suingue, “Quero toda noite”.
A lista de singles do Fiuk também tem música com o falecido MC Sapão. O arranjo de “Toma toma” é bem parecido com o de “Quero toda noite”. Uma guitarrinha mansa, suingada, uma coisa meio John Mayer, Jason Mraz…
O Fiuk é tudo isso. É fã de John Mayer, é meio punk quarta-feira, é meio emo, é amigo de pagodeiro, é filho do Fabio Jr, é galã de novela, chora ouvindo Harry Styles, enquanto dança e segura uma garrafa de ice…
O “BBB21” tem dois caubóis: tem um fã de sertanejo, o goiano Caio, e um ídolo do sertanejo. É outro goiano e se chama Rodolffo, 32 anos, da dupla com o Israel.
Ele tem a dupla com o Israel desde os sete aninhos de idade. Aos dez eles gravaram a música “Mamãe”.
Eles não estão no primeiríssimo time do sertanejo, mas tiveram vários hits nesses 25 anos de carreira.
Também não estouraram fora do circuito sertanejo, mas o vídeo mais visto deles no YouTube, “Casa mobiliada”, tem 32 milhões de views. Só o Projota tem cifras maiores que essa entre os cinco BBBs cantores dessa edição.
Outro grande hit deles, que revelou a dupla no mercado sertanejo, foi “Marca Evidente”, de 2012. No auge do “sertanejo pegação”, eles firmavam o pé no estilo romântico.
Essa onda emotiva no sertanejo voltou últimos anos, mas eles nunca abandonaram. O sertanejo bonzinho, de odes para a mamãe até juras para a amada, é uma marca consistente do Rodolffo.