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Com a confirmação da presença do coral-sol pela primeira vez no litoral Sul de Alagoas neste fim de semana, cresce o temor pela preservação da vida marinha na região. É que a espécie invasora é considerada agressiva devido ao uso de tentáculos que danificam o tecido de corais vizinhos e a alta capacidade reprodutiva, que faz com que a vida marinha praticamente desapareça onde ele se instala.
Antes de Alagoas, outros estados brasileiros já tinham identificado antes a presença do coral-sol, como Ceará e Pernambuco. Com o aumento da infestação, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) classificou o coral-sol como espécie exótica invasora prioritária para a elaboração e implementação de Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento.
Entenda, nos tópicos abaixo, quais os riscos do coral-sol para a vida marinha e como controlar a invasão na costa brasileira.
O documento foi elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Coral-sol (Tubastraea spp.) no Brasil apresenta um diagnóstico sobre a invasão do coral-sol e traça medidas de prevenção, controle e monitoramento.
O coral ahermatípico do gênero Tubastraea Lesson 1829, conhecido popularmente como coral-sol (sun coral) ou coral-tubo (cup coral), é originário de águas rasas dos oceanos Pacífico e Índico. Duas espécies são consideradas invasoras: T. coccine e T. tagusensis.
Segundo pesquisas, o coral-sol representa uma ameaça ao funcionamento do ecossistema a partir do momento que vem se estabelecendo e expandindo para novas áreas no Brasil. Estas espécies são engenheiras, ou seja, podem alterar o habitat, modificando a disponibilidade de recursos para as outras espécies.
Os maiores impactos potenciais das espécies exóticas sobre as espécies nativas são, além da alteração de habitats, a predação, o deslocamento de espécies nativas, a alteração na cadeia trófica, a ciclagem de nutrientes, o parasitismo, a competição e o aumento da capacidade de sobrevivência de novas espécies invasoras.
Tubastraea e outras espécies da família do coral-sol (Dendrophylliidae) são descritas como competidoras agressivas devido ao uso de tentáculos que frequentemente causam danos ao tecido de corais vizinhos ou impedem o crescimento de ascídias. Além disso, a alta capacidade reprodutiva do coral-sol pode acelerar o deslocamento de espécies nativas que possuem taxa reprodutiva inferior.
A invasão biológica é um processo pelo qual uma espécie ou população é transportada para fora de sua área de distribuição natural e introduzida a um novo ambiente, ampliando a distribuição geográfica e ameaçando a diversidade biológica, com potenciais impactos à sociedade, à economia e à saúde.
A introdução acidental do coral-sol no Brasil ocorreu nas décadas de 1980 e 1990. Atualmente, duas espécies são encontradas no país: Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis.
Os primeiro registros no Brasil são do anos 80 em plataforma de petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, e em 1998, em Arraial do Cabo, também por pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O processo de introdução registrado decorreu num intervalo de tempo de cerca de vinte anos, não se podendo precisar quando exatamente ocorreu.
As plataformas e outras estruturas associadas à exploração de petróleo são apontas como principais vetores de introdução dessas espécies. Contudo, a participação de navios como vetores trazendo essas espécies de corais incrustadas em seus cascos foi admitida pelos pioneiros neste estudo no Brasil, além de ser ainda discutida a possibilidade de sua introdução através de água de lastro de navios.
Uma vez detectado o estabelecimento de uma espécie exótica invasora, os estados, individual e cooperativamente, deveriam adotar etapas apropriadas, tais como erradicação, contenção e controle, para mitigar os efeitos adversos.
Em Alagoas, o IMA instalou placas de metais em trechos próximos do Porto de Maceió, que possibilitam um monitoramento do surgimento da espécie de forma mais eficiente, devido à movimentação de grandes embarcações.
Em Maceió não há confirmação da invasão do coral-sol, mas com o surgimento comprovado no litoral Sul, o IMA trabalha em parceria com pesquisadores da Ufal para alinhar medidas para retirada e contenção da espécie.