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A região de Chernobyl foi tomada pela Rússia durante os ataques simultâneos comandados por Vladimir Putin a cidades da Ucrânia logo no primeiro dia de ataque ao país, no dia 24 de fevereiro. Pouco mais de uma semana após o início do conflito, um bombardeio russo atingiu, nesta sexta-feira (4), a região da central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, localizada no centro da Ucrânia (leia mais sobre o assunto aqui).
Em 26 de abril de 1986, a área de Chernobyl foi palco do maior acidente nuclear da história, quando um reator explodiu durante um teste de segurança na usina, liberando 200 toneladas de material radioativo na atmosfera. Na época, as autoridades tentaram encobrir o acidente. O desastre e sua repercussão foram fatores cruciais no processo de desmantelamento da União Soviética.
A região em que se encontra a usina é conhecida como Zona de Exclusão de Chernobyl, e é ponto de atenção pelas seguintes razões:
Vista aérea do reator destruído da usina de Chernobyl — Foto: Reuters/Arquivo
Segundo o assessor da presidência da Ucrânia Mykhailo Podolyak, a tomada de Chernobyl é uma das ameaças mais sérias na Europa hoje.
Já Anton Gerashchenko, conselheiro do Ministério de Assuntos Interno ucraniano, alertou, via Twitter:
“Se a artilharia dos invasores atingir e danificar os coletores de resíduo nuclear, poeira radioativa pode se espalhar por todo o território da Ucrânia, Belarus e países da União Europeia”, disse Gerashchenko.
Abaixo, nesta reportagem, leia mais sobre o sarcófago de Chernobyl ou clique em um dos pontos do GUIA BÁSICO DA GUERRA NA UCRÂNIA:
JORNAL NACIONAL: vídeo de 2019 mostra inauguração da estrutura para selar restos do reator em Chernobyl
A única barreira para a imensa quantidade de radioatividade que há enterrada no reator da usina é conhecida como sarcófago, um gigantesco cubo de concreto, pago principalmente pelos Estados Unidos e cerca de 30 outros países para evitar a propagação de poeira altamente radioativa.
A construção de uma urna com altura de 110 metros de 25 toneladas começou finalmente em 2010. Esta estrutura, um pouco mais alta que o Big Ben em Londres, permitiria cobrir a catedral de Notre Dame de Paris.
Com uma vida útil estimada em um mínimo de cem anos, o atual sarcófago deve dar tempo para os cientistas encontrarem novos métodos para desmantelar e enterrar o resto do reator, para que algum dia o local possa se tornar seguro novamente.