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Há 25 anos, em um domingo, os brasileiros acordaram (ou foram acordados) com a notícia de uma tragédia que parecia inacreditável: o avião que levava os Mamonas Assassinas, naquele momento, o maior fenômeno da indústria fonográfica brasileira, caiu quando trazia a banda de um show em Brasília, o último da turnê, de volta para Guarulhos.
Morreram na hora, além do piloto, co-piloto, o secretário do quinteto e o segurança deles, o vocalista Dinho, o guitarrista Bento Hinoto, o tecladista Júlio Rasec, o baixista Samuel Reoli e o seu irmão, o baterista Sérgio Reoli.
Foi uma tragédia de tamanho impacto que quem vivenciou aquele dia, e os que seguiram, ainda se lembra com detalhes, especialmente da busca na televisão ou rádio em buscas das primeiras informações, que demoravam a chegar, em uma época em que a televisão a cabo ainda engatinhava por aqui e não os canais dedicados 24 horas ao jornalismo não existiam. A internet também era coisa para pouquíssimas pessoas – o UOL só seria inaugurado no mês seguinte.
Com o decorrer do dia, a cobertura do acidente, tomou conta das emissoras que dedicaram horas e horas de programação para cobrir o caso, além do velório e enterro dos músicos, e também relembrar a curta trajetória do grupo.
Um grupo que surgiu em Guarulhos fazendo uma música mais “séria” como Utopia, e acabou se encontrando no rock debochado com muito humor, e nenhuma preocupação com a correção política, que acabou, de maneira irônica até, encontrando nas crianças o seu maior público. Elas talvez não entendessem o que a letra de, digamos, “Vira-Vira” dizia exatamente, mas certamente se identificavam com os integrantes fantasiados e com o clima de alegria de suas performances.
Os Mamonas só lançaram um único disco, que chegou ao mercado em junho de 1995. Nesse tempo eles venderam milhões de cópias e entraram para aquele seleto grupo de artistas que tinham um álbum onde praticamente todas as faixas podiam ser consideradas sucesso. Nada mal para um disco pelo qual a gravadora não tinha maiores expectativas.
O curioso, é que, ao se ouvir o disco agora, um quarto de século depois, ele não é exatamente fácil. Chega até a surpreender que um álbum que misturava de riffs de rock pesado e piadas com os mais diversos gêneros, forró, samba, vira português, a MPB de protesto à la Belchior, bolero, cantigas infantis…, tenha atingido tanta gente.
É difícil saber qual seria o futuro da banda. Na capa da revista Showbizz (antiga Bizz) de dezembro de 1995 Dinho dizia que eles tinham besteiras para mais 15 discos. Por outro lado, o Brasil tem uma longa história de artistas que atingiram muito rápido o megaestrelato e logo acabaram depois de não conseguirem lidar com a situação, Secos e Molhados e RPM que o digam. Outro problema seria o de lançar outros trabalhos com essa estreia sempre fazendo sombra em toda a sua obra.
Mas, entre inúmeras suposições, uma coisa é certa: os Mamonas atingiram milhões de vidas e em uma época que guarda-se com carinho e para sempre: a infância. De forma que é seguro dizer que Dinho, Jùlio, Bento, Samuel e Sérgio sempre teriam um lugar no coração de todo mundo que cantou “Pelados em Santos“, “Robocop Gay“, “Chopis Centis” e tantas outras, naqueles meses do meio dos anos 90, lugar esse que ficou cativo desde aquele fatídico 2 de março de 1996.
Ouça o único disco que os Mamonas Assassinas lançaram em vida:
E veja alguns momentos inesquecíveis deles: