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Agora uma seleção com cinco dos maiores hits do ano. São artistas de diferentes estilos e países, mas que conquistaram as paradas pelo mundo.
Veja abaixo:
“Blinding Lights” – The Weeknd
Tirando a comissão julgadora do Grammy, que inacreditavelmente esnobou The Weeknd em suas indicações para 2021,parece haver um consenso de que esta foi não só uma das grandes músicas de 2020, como também uma das que irão definir a década. Afinal, não é sempre que nos deparamos com uma canção pop, mas também experimental, que olha para o futuro, mas não esconde um clima retrô, com os teclados que parecem ter saído diretamente de meados dos anos 80. “Blinding Lights” é uma canção que mostra como a boa música pop ainda tem o poder de afetar de maneira positiva pessoas das mais variadas idades e gostos musicais e isso, não é pouca coisa.
Outra música que consegue dialogar com as novas gerações e também com um público mais maduro, “Don’t Start Now” saiu em outubro do ano passado, mas mostrou toda a sua força em 2020, com a batida influenciada pela disco music, a melodia cativante, a ótima produção, e, claro, o carisma e simpatia de Dua Lipa, que se firmou de vez como uma das melhores coisas que a música pop nos deu neste século. O que temos aqui é não só um single de sucesso, mas uma daquelas músicas que ajudam a marcar um momento – podem apostar que, futuramente, ela vai aparecer bastante em filmes e séries que se passam “nos anos 20 do século 21”.
“Savage Love (Laxed – Siren Beat) (with Jason Derulo)” – Jawsh 685
Quando quiserem entender, um pouco, dos mecanismos da música pop nos dias de hoje, este aqui é um bom caso para ser estudado. Em 2019, o DJ neozelandês Jawsh 685 postou uma faixa instrumental chamada “Laxed (Siren Beat)” no YouTube e ela acabou viralizando, o que garantiu ao produtor o lançamento mundial da faixa e também um contrato com a Columbia. Em maio deste ano, Jason Derulo mostrou um teaser de sua nova faixa que era toda construída em cima do instrumental de Jawsh, que, óbvio, não ficou nada contente com a “apropriação indevida”.
As diferenças entre eles foram enfim resolvidas e o single, lançado em junho, virou um sucesso no TikTok – uma das maiores fábricas de hits do momento – acabou chegando ao topo das paradas de mais de uma dezena de países e no top 10 norte-americano.
Que o BTS é um fenômeno de mercado e uma história de sucesso que merece estudos, ninguém nega. Mas também, nem sempre, a música deles chega, ou mesmo agrada, quem não faz parte da base de fãs do septeto ou escuta o pop vindo da Coreia do Sul. Com “Dynamite“, outra faixa que retrabalha o melhor do que a música pop de outras eras nos legou em uma embalagem atual, a história foi diferente. A letra em inglês, certamente ajudou em seu sucesso, porém não mais do que o fato dela os elementos que toda grande canção que transcende fronteiras costuma trazer em seu DNA.
Os tempos em que ser “ex-integrante de boy band” funcionava como uma espécie de maldição da qual ninguém conseguiria jamais se livrar já se foram, Robbie Williams e Justin Timberlake estão aí para provar. Ainda assim, não é exagero prever que o cantor revelado no One Direction caminha mais e mais para se tornar não só um astro de sucesso, mas em um dos grandes nomes do pop dos nossos tempos – o fato de “Fine Line” ter entrado na respeitável lista de melhores discos de todos os tempos da Rolling Stone já é um bom sinal de que ele está evoluindo e trilhando um caminho que tem tudo para render ainda mais no futuro.
“Adore You” saiu no finzinho de 2019, logo ela só foi devidamente apreciada neste 2020. A música é apenas uma das provas de como Styles está em uma boa fase. Uma canção daquelas que costumavam ser descritas como “classuda”, com arranjo sofisticado, produção de extremo bom gosto e a voz do cantor, sempre agradável e contida, complementando perfeitamente esse belo trabalho de “engenharia pop”. Ah sim, o clipe também é ótimo.