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Faz pouco mais de um ano que Tiago Iorc voltou, após uma pausa na carreira, ficando bem longe dos palcos, estúdios e das redes sociais.
Para mostrar que, definitivamente, ele está entre nós, o cantor brasiliense de 34 anos vai fazer uma live nesta quarta-feira.
Em entrevista ao G1, Iorc adianta como será a transmissão ao vivo, com performance voz e violão e repertório formado por meio das sugestões dos fãs.
Uma certeza é que o setlist terá “Você Pra Sempre em Mim”, primeira música escrita por ele, após um amor de verão, em 2003. Mas só agora ele resolveu lançá-la.
“Era tão sublime, que eu comecei a escrever músicas”, recorda sobre a “moça” que conheceu em “uma praia no Rio Grande do Sul”.
Veja a entrevista de Tiago Iorc ao G1.
G1 – Por que lançar essa música só agora, mesmo tendo escrito há tanto tempo?
Tiago Iorc – Essa música existe na minha vida há muito tempo e sempre me emocionou. Eu sempre tive vontade de lançá-la. Algumas vezes, eu cheguei a tentar lançar. Mas parece que ela nunca se encaixava nos meus outros trabalhos. Talvez, eu até não estava no momento de sentir o que eu senti nela nesses dias. Que é uma celebração muito pura de amor, do Tiago adolescente de muitos anos atrás. Um sentimento muito singelo, verdadeiro. A mensagem da música me pareceu coerente para esse momento. Então, fez sentido deixá-la existir agora.
G1 – Em que ano escreveu, lembra do passo a passo da composição? Onde estava, quem te inspirou, quanto tempo demorou?
Tiago Iorc – Foi no verão do ano de 2003, eu viajei com alguns amigos para uma praia no Rio Grande do Sul e lá eu encontrei uma moça que mexeu com meu coração. A gente se conheceu e… vivemos uma história de amor ali. Eu voltei pra casa uns dias depois, no interior do Rio Grande do Sul, onde morava, em Passo Fundo. Era tão sublime, que eu comecei a escrever músicas. E essa foi a primeira que eu escrevi. Foi relativamente rápido pra escrever. Eu lembro que foi três dias para escrever sete músicas. Eu estava muito inspirado e essa foi a primeira delas, a mais inspirada talvez.
G1 – Por que você sussurra ‘Para a eternidade’ no começo? Qual a ideia por trás disso? Tem a ver com querer ter para sempre um registro de quem você era quando era adolescente?
Tiago Iorc – Eu gosto da ideia de que algo que está registrado, no caso dessa música, está registrada naquele momento. Vai ecoar além do meu tempo. Eu gosto da ideia de ter essa mensagem ecoando.
G1 – Na gravação, sua voz está natural, não parece ter sido tão produzida. Como foram essas escolhas durante a produção?
Tiago Iorc – Sim, perfeitamente… É um registro muito verdadeiro. Ela foi gravada em casa, eu tocando e cantando ao mesmo tempo. É um take único. É singelo e puro como a mensagem da música.
G1 – Você diz querer dar ‘um pouco de amor nesse momento tão delicado’ com essa música. O que você acha que há de mais delicado nesse tempos em que estamos vivendo?
Tiago Iorc – Sim, talvez o mais delicado disso tudo é não compreender direito o horizonte no sentido de não saber direito para onde olhar o horizonte como recurso de verdade, recurso de orientação. É um período de bastante distúrbio, de muitas informações, de muitas falsas informações. E ao mesmo tempo muita segregação. Mas eu tenho sentido também um movimento da necessidade de se unir e de entender de que forma cada um de nós pode contribuir, pode ajudar e estar enaltecendo o sentimento de coletivo.
G1 – Você tem vontade de ‘sumir’ de novo? O que precisaria acontecer para que você sentisse necessidade de outro sabático?
Tiago Iorc – É possível sim. Esse movimento de expansão e recolhimento acontece na minha vida e na minha carreira desde sempre. Com períodos e frequências distintos, né? Em algum momento, eu imagino que isso vai fazer sentido de novo. Mas nesse momento, estou sentindo vontade de estar com as pessoas, de ouvir, de compartilhar e de estar presente.
G1 – O que podemos esperar da live? Qual será o repertório?
Tiago Iorc – A live vai ser um momento bastante íntimo, um formato voz e violão bastante próximo do público. Eu vou atender pedidos de músicas. Eu vou lembrar músicas antigas, tocar a música nova. A ideia é fazer um momento de comunhão com as pessoas em casa.
G1 – Qual sua opinião sobre a live como formato? Quais você viu e curtiu?
Tiago Iorc – Por um lado, eu acho bela a possibilidade de, nesse momento de impossibilidade de uma comunhão social, existir ferramenta, tecnologia para criar essa aproximação com um número de pessoas muito grande. Isso é algo que eu acho especial. É uma possibilidade de expressão artística. Eu vejo as lives como um movimento de aprendizado.
Das mais recentes que eu vi me chamou muito atenção a da Anitta, uma das últimas que ela fez. Eu ouvi um cuidado estético, uma narrativa visual de iluminação, de movimento de câmera, de diferentes ambientes. Houve uma narrativa conceitual que me fisgou como espectador. Eu achei bonito existir esse cuidado, trazendo esses elementos visuais. Trazendo esses cuidados narrativos para esse formato.
G1 – Estamos vendo, nas ruas do Brasil e de outros países, muitos protestos antirracistas e antifascistas. Você acompanha essas manifestações? Como esse momento de tensão te afeta?
Tiago Iorc – É sempre muito triste quando há notícias como a do caso do George Floyd, João Pedro e de outros tantos. Essa voz que está na rua é um grito importante que a muito tempo precisa ser ouvido. É um período bastante conturbado principalmente pelo excesso de falsa informação que cria bastante distúrbio em relação a como agir, o que fazer, para onde olhar, para onde acreditar. O ponto mais delicado é o senso de desunião, de falta de coletividade e de respeito de uns com os outros. Tudo que puder ir na contramão disso eu vejo como bem-vindo.